Comércio Baiano reduz ritmo de vendas ao crescer 0,5% em novembro, aponta Fecomércio-BA

Em novembro, o comércio varejista da Bahia faturou 10,67 bilhões de reais, 0,5% de crescimento em relação a igual mês do ano anterior. Desde o início da recuperação do setor no estado ocorrida em agosto, essa última variação foi a menor, indicando que o ritmo de consumo deve se arrefecer nos meses seguintes.

O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, esclarece que apesar disso, o resultado atual confirma o que a Federação havia projetado em outubro do ano passado para o mês de novembro, um aumento nas vendas de 0,7%.

“No acumulado do ano, o varejo baiano retraiu 7,1% e -7,7% se considerar o período da pandemia, de março a novembro. O prejuízo financeiro do setor nos últimos nove meses foi de R$ 6,2 bilhões”, pontua Dietze.

No penúltimo mês de 2020, período da Black Friday, dois setores registraram crescimento mais expressivo, materiais de construção e eletrodoméstico e eletrônicos, de 15,5% e 13,3%, respectivamente. “Embora os resultados tenham sido bastante favoráveis, estão num ritmo muito abaixo dos meses anteriores. As lojas de eletroeletrônicos, por exemplo, estavam subindo 46% nos dois meses anteriores e passa agora para os 13,3% de novembro”, cita o economista.

Segundo Guilherme Dietze, “o período de final de ano chega exatamente com a redução, de R$ 600 para R$ 300, do que foi o motor de expansão de vendas no comércio no terceiro trimestre: o auxílio emergencial”. O consultor diz que além disso, outros fatores podem ter colaborado para amenizar o consumo em novembro “como as notícias sobre o aumento de casos de coronavírus no país na segunda onda, o que aliado ao fim do auxílio emergencial, pode ter deixado os consumidores mais cautelosos em comprometer a sua renda com produtos mais caros. Outro ponto importante é do aumento de preços desses tipos de produtos de materiais de construção e eletrônicos, alguns em falta no mercado, e que assustou os consumidores”, justifica Dietze.

O segmento de móveis e decoração também teve uma redução nas taxas de vendas e registra alta anual de 8,8% em novembro. E as farmácias e perfumarias tiveram incremento no faturamento de 6,9%, a sexta variação positiva consecutiva.

“Os supermercados que estavam numa sequência positiva desde fevereiro, apontaram queda no mês de novembro de 4,1%. O setor básico de consumo também começa a sentir os impactos da redução do auxílio emergencial. Os empregos criados ao longo do segundo semestre no estado só foram suficientes para reduzir o saldo negativo que em novembro está acumulado em -4,8 mil postos formais fechados no ano”, analisa o economista.

As demais variações negativas foram de vestuário, tecidos e calçados (-12,5%), concessionárias de veículos (-11,5%) e o grupo Outras atividades (-7,6%).

Diante deste novo dado, a Fecomércio-BA revê a previsão de vendas para o último mês do ano para o negativo, em -6%, fechando o ano de 2020 com queda de 7%, com um faturamento total de R$ 102 bilhões, 7,67 bilhões de reais a menos do que no ano anterior.

“A situação requer muito cuidado pois as variáveis que determinam o consumo, emprego, renda e crédito estão pressionadas. Ou seja, com a chegada da segunda onda de contaminação e possíveis volta de restrição da atividade econômica, deve reduzir a criação de novas vagas formais. Adiciona a isso a inflação na RMSA que fechou o ano passado em 4,31 e com o grupo de alimentos e bebidas, o que impacta mais o orçamento das famílias, acumulando alta em 2020 de 14,04%. E diante de um risco maior de inadimplência, os bancos podem voltar a tornar o crédito mais seleto”, explica Guilherme.

O consultor ressalta que “o resultado de novembro é um sinal de alerta para o varejo baiano que ainda tenta encontrar forças para a sua recuperação, mas que deve passar por mais uma turbulência neste início de ano”, finaliza o economista da Fecomércio-BA.

 Fonte: Fecomércio-BA
Núbia Cristina, 20.JANEIRO.2021 | Postado em Notícias
  • 1
Exibindo 1 de 1

Carregando...