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Por Núbia Cristina
Quem tem mais de 40 anos, recebeu transfusão de sangue, tem tatuagem ou passou por uma cirurgia deve fazer exame para detectar se é portador das hepatites B e C. Esse é o chamado da campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Hepatologia, que alerta sobre a importância do diagnóstico precoce das hepatites virais. 

Em Salvador, os exames serão realizados de forma gratuita, neste domingo, dia 28 de julho (data nacional de luta contra as hepatites virais), no Farol da Barra, de 8h às 15h. As ações de conscientização sobre a doença acontecem no mesmo dia em várias cidades do Brasil.

Artistas como Gilberto Gil, Evandro Mesquita, Ivete Sangalo, Léo Santana, Preta Gil, Margareth Menezes, dentre outros, gravaram mensagens para as redes sociais da Sociedade Brasileira de Hepatologia, convocando a população para realizar os exames.

O presidente da Associação Brasileira de Hepatologia, Paulo Bittencourt, afirma que é preciso alertar a população sobre o diagnóstico precoce, porque hoje as chances de cura chegam a 95% em três meses de tratamento, sem tantos efeitos colaterais. Até o início desta década, os tratamentos disponíveis, com uso combinado de um antiviral mais antigo (ribavirina) e interferon (modulador da resposta imunológica) podiam demorar até um ano, com muitos efeitos colaterais, taxas de sucesso relativamente baixas (cerca de 50%) e risco de retorno da infecção quando os medicamentos eram interrompidos. Usados isoladamente ou em associação, os novos antivirais encurtaram o tempo de tratamento (para 8 a 12 semanas) e têm efeitos colaterais mais toleráveis.

Erradicar a hepatite C no Brasil até 2030 é a meta do Ministério da Saúde, seguindo a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os avanços no tratamento, com a universalização de novos antivirais mais efetivos, de curta duração e com menor efeito colateral, são fatores relevantes na luta pela erradicação. Além das ações educativas, que alertam para a importância do diagnóstico precoce.

A hepatite C é um dos maiores problemas de saúde pública globais, com mais de 71 milhões de pessoas infectadas e 400 mil mortes por ano no planeta. No Brasil, cerca de 600 mil pessoas são portadoras do vírus da Hepatite C, uma doença silenciosa que afeta o fígado e pode provocar câncer e cirrose, levando o paciente a estágios muito graves e até mesmo à morte.

Mais de 45 anos
A Sociedade Brasileira de Hepatologia alerta que entre 70% a 80% dos portadores das hepatites virais têm mais de 45 anos. As hepatites virais têm cura, mas é fundamental que o diagnóstico seja feito precocemente. Os exames para a detecção das hepatites virais estarão disponíveis gratuitamente nas unidades básicas de saúde. No Brasil, mais de 2 mil transplantes de fígado são realizados por ano, em grande parte nos pacientes com câncer e cirrose, causados pela Hepatite C.